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OTAN Desenvolve Sistema Híbrido de Internet Ligado ao Espaço para Casos de Desastres
Quase todo o tráfego de dados do mundo é transmitido por cabos submarinos – e isso traz grandes riscos.
Wyss Notícias
1/13/20253 min ler


Embora seja difícil imaginar enquanto você participa de uma videochamada ou enquanto lê artigos na sua mídia favorita, essas informações provavelmente chegaram ao seu dispositivo por meio de uma extensa rede de cabos submarinos. Esses cabos de fibra ótica, geralmente com a espessura de uma salsicha, utilizam luz para transportar grandes volumes de dados por longas distâncias com perdas mínimas. Eles conectam fisicamente todos os continentes do planeta (exceto a Antártida) e transmitem mais de 95% dos dados globais.
Apesar de sua eficiência, esses cabos são cada vez mais vulneráveis a ataques, acidentes e outros incidentes. Estima-se que de 100 a 150 cabos sejam rompidos anualmente, principalmente devido a equipamentos de pesca ou âncoras que arrastam pelo fundo do mar.
Além disso, cresce o risco de sabotagem. Em novembro de 2024, dois cabos de internet submarinos foram cortados no Mar Báltico, na Europa. Embora os governos europeus não tenham acusado diretamente nenhum país, sugeriram que os incidentes poderiam ser parte de "ataques híbridos" da Rússia contra a infraestrutura submarina europeia, em retaliação ao apoio à Ucrânia. Autoridades russas rejeitaram as acusações, classificando-as como "absurdas".


Independentemente do que realmente aconteceu no Mar Báltico, o episódio expôs a fragilidade dos cabos submarinos frente a acidentes ou ações intencionais. Para garantir conexões de internet confiáveis em um mundo cada vez mais incerto, a OTAN está financiando um novo projeto que busca direcionar dados via espaço como uma alternativa em caso de interrupções nas infraestruturas críticas.
"Considere a Islândia. O país possui muitos serviços financeiros e de computação em nuvem, conectados à Europa e à América do Norte por quatro cabos. Se esses cabos forem destruídos ou comprometidos, a Islândia ficará completamente isolada do mundo", explicou Nicolò Boschetti, doutorando da Universidade Cornell, à IEEE Spectrum.
Chamado de Hybrid Space/Submarine Architecture Ensuring Infosec of Telecommunications (HEIST), o projeto pretende criar um sistema de internet menos vulnerável, utilizando uma rede híbrida de cabos submarinos e comunicações via satélite.
Uma alternativa já existente é o Starlink, serviço de internet via satélite da SpaceX, que atualmente entrega uma parcela significativa do tráfego de dados pelo espaço. No entanto, essa solução traz desafios próprios. Elon Musk ofereceu o uso do Starlink à Ucrânia durante a invasão russa, permitindo a coordenação de ataques com drones e comunicação. A iniciativa levantou questões sobre o impacto de uma única pessoa ter tanto poder sobre assuntos globais.
Com o HEIST, os governos da OTAN buscam criar um sistema de backup seguro e independente, não sujeito às decisões de um único bilionário.
O projeto reúne uma equipe internacional e interdisciplinar, incluindo membros da Universidade Cornell, Universidade Johns Hopkins, Universidade Bifröst, Universidade de Defesa da Suécia, Instituto de Tecnologia de Blekinge, ETH Zurique, Marinha Real Sueca, governo da Islândia e diversas empresas privadas.
Se tudo correr conforme o planejado, um protótipo funcional poderá estar pronto em dois anos, com testes iniciais previstos para 2025.
"Estamos montando as peças do quebra-cabeça para criar um ecossistema completamente novo", afirmou Greg Falco, professor assistente de engenharia mecânica e aeroespacial da Cornell Engineering, ao Cornell Chronicle.
"Diria que este é 100% um problema de engenharia de sistemas. Nenhuma tecnologia que planejamos construir ou integrar é completamente nova; todas já existem de alguma forma em outras aplicações. O desafio é combinar essas peças. E além do aspecto técnico, temos questões regulatórias, políticas e econômicas, que também são bastante complexas", concluiu Falco.
Fonte: NATO




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