

Entrelaçando luz, matéria e futuro quântico
Luiz Davidovich, físico brasileiro e professor emérito do Instituto de Física da UFRJ, soma décadas de pesquisas que exploram os limites entre o mundo quântico e o que percebemos como realidade cotidiana. Em 2025, esse trajeto é celebrado com o Prêmio TWAS Apex, uma das distinções mais prestigiosas para cientistas de países em desenvolvimento, voltado este ano para avanços em ciência e tecnologia quânticas. TWAS+2TWAS+2
Formação e marcos
Nascido no Rio de Janeiro em 1946, Davidovich se formou em Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Wikipédia+1
Fez doutorado nos Estados Unidos, pela Universidade de Rochester, defendendo sua tese em 1975-76. TWAS+2NAS+2
Ao voltar ao Brasil, construiu uma carreira marcada por parcerias internacionais e liderança em áreas como óptica quântica, informação quântica, medição quântica e decoerência — temas centrais em física moderna que têm implicações tanto teóricas quanto tecnológicas. interacademies.org+3TWAS+3optica.org+3
Contribuições científicas
Davidovich destacou-se em vários fronts:
Óptica quântica e entanglement — ele estudou como pares de fótons se comportam, como manter estados de entrelaçamento mesmo diante de perturbações do ambiente. Isso é fundamental para aplicações de computação quântica e comunicação segura. optica.org+2TWAS+2
Sistemas abertos e decoerência — investigação de como sistemas quânticos “perdem” suas propriedades quânticas quando interagem com o meio externo. Entender essa perda é chave para tornar tecnologias quânticas robustas. TWAS+2optica.org+2
Medição quântica (quantum metrology) — propostas teóricas e experimentos com laboratórios no Brasil e no exterior para medir fenômenos com precisão extrema, aproveitando efeitos quânticos. optica.org+2TWAS+2
Contribuições institucionais — além do laboratório, Davidovich teve papel importante na estruturação da pesquisa no Brasil. Foi coordenador de iniciativas nacionais de informação quântica, ajudou a criar redes de colaboração, orientou muitos estudantes e pós-docs. optica.org+2TWAS+2
Reconhecimentos e posições de liderança
Davidovich acumulou uma série de prêmios nacionais e internacionais:
Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (Brasil) em 2000. optica.org+2interacademies.org+2
Prêmio de Física da TWAS em 2001. TWAS+2interacademies.org+2
Prêmio Almirante Álvaro Alberto, em 2010 — um dos mais altos reconhecimentos científicos no Brasil. TWAS+1
Eleições para corpos acadêmicos internacionais: membro estrangeiro da National Academy of Sciences dos EUA, da Academia Europeia de Ciências, da Academia Chinesa de Ciências. Fellow de sociedades como Optical Society (Optica) e American Physical Society. optica.org+2TWAS+2
Nas instâncias de gestão científica, presidiu a Academia Brasileira de Ciências (2016-2022) e foi Secretário-Geral da TWAS (2019-2022). TWAS+2interacademies.org+2
O prêmio TWAS Apex 2025: significado e desdobramentos
O TWAS Apex de 2025, que Davidovich receberá, tem valor simbólico e prático elevado:
Simbólico, porque este é o vigésimo ano do prêmio, e ele incide sobre ciência e tecnologia quânticas, área em franco crescimento global. TWAS
Prático, por envolver um montante de USD 100.000, além de medalha e certificado. TWAS
Também porque traz o Brasil ao centro das atenções em debates internacionais: a cerimônia será realizada no Rio de Janeiro durante a 17ª Conferência Geral da TWAS, de 29 de setembro a 2 de outubro. TWAS+1
Desafios e papel da ciência quântica no Brasil
Enquanto engenha inovações, Davidovich costuma destacar que ciência quântica já está mais presente do que muitos imaginam — sua aplicação vai além de laboratórios de pesquisa:
Tecnologias como GPS, dispositivos médicos, sensores, painéis solares, sistemas de comunicação dependem de princípios quânticos. TWAS
Mas para que essas aplicações beneficiem amplamente a sociedade, há obstáculos: formação de pesquisadores, infraestrutura de pesquisa, financiamento contínuo, e parcerias internacionais e interinstitucionais. Davidovich defende que países em desenvolvimento também desenvolvam capacidade autônoma para inovar.
Fonte: Academia Brasileira de Ciências (ABC)


