Nobel de Química 2025 premia cientistas que prometem revolucionar a ciência e o meio ambiente

O Prêmio Nobel de Química de 2025 foi concedido ao japonês Susumu Kitagawa, ao britânico Richard Robson e ao jordaniano Omar M. Yaghi, em reconhecimento ao desenvolvimento das chamadas estruturas metalorgânicas — um novo tipo de arquitetura molecular com alto potencial de aplicação científica e tecnológica. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (8), em Estocolmo, pela Real Academia Sueca de Ciências.

Essas estruturas inovadoras se caracterizam por conter cavidades que permitem a entrada e saída de moléculas, possibilitando a captura seletiva de substâncias e a condução de reações químicas. A porosidade única desses materiais abre caminho para aplicações que vão da captura de dióxido de carbono à retenção de água do ar em ambientes desérticos.

Durante o anúncio, o Comitê do Nobel de Química recorreu a uma metáfora conhecida para ilustrar o potencial desses materiais:

“Uma pequena quantidade desse material pode ser quase como a bolsa da Hermione em Harry Potter. Pode armazenar enormes quantidades de gás em um volume minúsculo.”

Os trabalhos dos laureados impulsionaram um vasto campo de pesquisa: desde suas descobertas, cientistas criaram dezenas de milhares de variantes dessas estruturas. Muitas delas têm sido exploradas para enfrentar desafios ambientais globais, como a separação de poluentes da água, a decomposição de resíduos farmacêuticos, além de novas estratégias de captura de carbono em escala industrial.

Empresas e centros de pesquisa já avaliam como empregar essas arquiteturas moleculares para absorver CO₂ de usinas e neutralizar gases nocivos, com potencial impacto na redução das emissões de efeito estufa.

Uma tradição centenária

Criado pelo inventor sueco Alfred Nobel (1833–1896), o prêmio que leva seu nome já foi entregue 628 vezes, reconhecendo 1.015 pessoas e organizações entre 1901 e 2024. A premiação ocorre anualmente em diversas categorias científicas, literárias e humanitárias.

No ano passado, o Nobel de Química contemplou David Baker, Demis Hassabis e John M. Jumper por avanços no design computacional de proteínas. Em 2023, o destaque foi para Moungi Bawendi, Louis Brus e Alexei Ekimov, pela descoberta e desenvolvimento dos pontos quânticos, fundamentais para a evolução de tecnologias como a computação quântica.

Semana Nobel 2025

Os anúncios dos Prêmios Nobel começaram na segunda-feira (6) com o Nobel de Medicina, concedido aos pesquisadores Mary E. Brunkow, Fred Ramsdell e Shimon Sakaguch por estudos sobre tolerância imunológica periférica. Na terça-feira (7), foi a vez do Nobel de Física, entregue a John Clarke, Michel Devoret e John Martinis pelas contribuições à computação quântica.

Depois do Nobel de Química, serão anunciados os prêmios de Literatura e Paz. O Nobel de Economia encerra a série no dia 13 de outubro. A tradicional cerimônia de entrega, presidida pelo rei da Suécia Carl XVI Gustaf, ocorrerá em 10 de dezembro, data que marca a morte de Alfred Nobel.

Fonte: Deutsche Welle