

Em um movimento para impulsionar a inclusão digital e preparar a nova geração de profissionais de tecnologia, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou nesta quinta-feira (22) o Programa Bolsa Futuro Digital. A iniciativa visa oferecer formação gratuita e presencial para 10 mil programadores iniciantes nos próximos dois anos, com prioridade para jovens e adultos sem experiência prévia na área de tecnologia da informação.
O anúncio foi feito pela ministra Luciana Santos, que destacou o papel transformador do programa: “O Bolsa Futuro Digital não é apenas mais um programa de capacitação. É um passo estratégico para preparar nossos jovens para os empregos que farão a diferença nos próximos anos, no setor que mais cresce no mundo”.
Inclusão e empregabilidade
Com investimento de R$ 54,5 milhões via recursos dos Programas Prioritários de Interesse Nacional (PPIs) da Lei de Informática, o programa é parte da política pública Conecta e Capacita, do MCTI. A meta é clara: formar mão de obra qualificada para suprir a demanda crescente por profissionais de tecnologia, que, segundo a Brasscom, ultrapassa 70 mil vagas por ano, enquanto o país forma apenas 46 mil.
O programa foca também em equidade de gênero. Metade das vagas será destinada a mulheres, com atenção especial às jovens negras e pardas — público que representa mais de 45% dos brasileiros entre 15 e 29 anos que hoje não estudam nem trabalham.
Como funciona
A formação terá duração de 9 meses, divididos em duas etapas: uma fase de aulas técnicas presenciais e outra de residência tecnológica em empresas parceiras.
Durante os seis primeiros meses, os alunos terão duas aulas presenciais por semana e acesso a conteúdo complementar online. Receberão bolsas mensais de R$ 100 a R$ 200. Os melhores colocados participarão de uma residência de três meses com bolsa de R$ 600, ganhando experiência prática no mercado.
Os candidatos podem escolher entre duas trilhas de formação: Front-end (voltada a interfaces e experiência do usuário) e Back-end (foco em servidores e bancos de dados), com conteúdos atualizados e metodologias como PBL (Aprendizagem Baseada em Projetos) e Sala de Aula Invertida.
Onde e quem pode participar
Na primeira etapa, o programa oferece 5 mil vagas distribuídas em 12 estados e no Distrito Federal, com polos presenciais em regiões como o Pará, Maranhão, Pernambuco, Goiás, São Paulo e Rio Grande do Sul. A segunda leva de vagas, com outras 5 mil oportunidades, será aberta em seis meses.
Podem se inscrever jovens e adultos a partir de 18 anos, que tenham estudado em escola pública (ou em particular com bolsa integral) e que tenham acesso à internet. Não é necessário conhecimento prévio em programação.
As inscrições devem ser feitas pelo site: https://hardware.org.br/capacitacao/bfd/inscricao/
Rede nacional de execução
A coordenação do programa está a cargo da Softex, em parceria com três entidades executoras: CEPEDI, SoftexPE e Instituto H.BR, além de uma ampla rede de universidades e institutos federais como UEPA, IFMA, UEPB, UFPE, IFSE, IFBA, IFBaiano, IFMG, IFG, IFB, UFF, IFSP, UNESC e IFRS.
O assessor especial do MCTI, Marcelino Granja, ressaltou a importância da mobilização nacional: “Essa engrenagem só funciona porque temos uma rede comprometida em todo o país. É um esforço coletivo com um objetivo comum: dar oportunidade e dignidade à juventude trabalhadora brasileira”.
A reitora do Instituto Federal de Brasília, Veruska Massukado, reforçou a relevância do projeto: “Une dois elementos essenciais para a dignidade do povo brasileiro: formação profissional de qualidade e empregabilidade”.
Transformar vidas e fortalecer a economia digital
Para o presidente da Softex, Ruben Delgado, o programa representa mais do que qualificação: “Estamos falando de abrir portas para jovens de diferentes realidades, democratizando o acesso à tecnologia, transformando vidas e fortalecendo nossa economia digital”.
Com o Bolsa Futuro Digital, o governo federal busca reduzir o déficit de profissionais de TI e também criar novos caminhos de inclusão social e desenvolvimento regional — combinando educação, tecnologia e justiça social em um só programa.
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI