China Submerge Data Center de 1.400 Toneladas no Mar com Capacidade de 6 Milhões de PCs

Quando estiver pronto, o centro de dados atenderá empresas como a China Telecom e a empresa de IA baseada em Hong Kong, SenseTime

Wyss Notícias

4/3/20252 min ler

Em mais um feito inédito global, a China se tornou o primeiro país do mundo a implantar um centro de dados comercial subaquático, conforme reportado pelo China Daily. O país asiático iniciou a montagem desse complexo ao largo da cidade de Sanya, na ilha de Hainan, ao sul do país.

Na era da internet e da inteligência artificial, quantidades massivas de dados são geradas diariamente. Embora esses dados sejam, metaforicamente, armazenados na nuvem, há centros de dados físicos que tornam possível acessar nossos e-mails antes de embarcar em um voo ou ouvir nossas playlists de música mesmo durante as férias a milhares de quilômetros de casa.

Gigantes da tecnologia como Google, Microsoft, Amazon, Meta e outras possuem e gerenciam esses centros de dados, que ocupam grandes áreas de terra e consomem enormes quantidades de eletricidade anualmente. Apesar dos esforços para utilizar fontes de energia mais sustentáveis, a instalação e operação de um centro de dados continuam sendo processos intensivos em recursos e exigem alternativas mais eficientes.

Aposta na tecnologia subaquática

A iniciativa chinesa de estabelecer um centro de dados comercial subaquático é resultado de uma parceria público-privada envolvendo a China Offshore Oil Engineering Co. (COOEC), a maior empresa de Engenharia, Aquisição, Construção e Instalação (EPCI) do país, e a Highlander, uma empresa privada de centros de dados.

Embora os detalhes sobre o hardware computacional não tenham sido divulgados, a Highlander afirmou que cada um dos módulos submersos é capaz de processar mais de quatro milhões de imagens em alta definição (HD) em apenas 30 segundos.

O hardware é armazenado dentro de um módulo hermeticamente fechado, com um peso total de 1.300 toneladas. Esse módulo está sendo submerso a cerca de 35 metros de profundidade, um processo que leva aproximadamente três horas.

Vantagens dos centros de dados subaquáticos

Embora a instalação do primeiro módulo já tenha começado, a Highlander tem planos ambiciosos de implantar 100 desses módulos no local, criando uma capacidade equivalente a quase seis milhões de computadores operando simultaneamente.

Uma quantidade tão massiva de computadores gera muito calor, mas o resfriamento será feito naturalmente pela água do mar ao redor. Esse método economizará cerca de 122 milhões de quilowatts-hora de eletricidade, que seriam consumidos em sistemas de refrigeração convencionais caso o centro fosse instalado em terra.

Além disso, a estrutura, que deverá estar concluída até 2025, economizará 68.000 metros quadrados de terreno que poderão ser utilizados para outros fins e evitará o uso de 105.000 toneladas de água doce, que normalmente seriam empregadas no resfriamento dos equipamentos.

Os módulos foram projetados para durar 25 anos, mas ainda há incertezas sobre os impactos da corrosão da água salgada e os efeitos no ecossistema subaquático. A experiência da Highlander na construção desses centros ainda é limitada aos testes conduzidos em janeiro de 2021, no porto de Zhuhai, Guangdong.

Além da Highlander, a Microsoft também testou um centro de dados subaquático em 2015, como parte do Projeto Natick, na costa do Pacífico, e posteriormente realizou testes de dois anos na costa de Orkney, Escócia, em 2020. Embora a empresa tenha apontado diversos benefícios dessa abordagem, não deu continuidade a novos projetos nesse sentido desde então.

Fonte: CGTN e China Daily